quarta-feira, 26 de junho de 2013

Paris – De Les Halles à Catedral de Notre-Dame em 25 de junho/13

Destemida saí cedinho para meu roteiro de menos de 4 km para ser feito sem pressa. Comecei descendo na estação errada, dois pontos adiante da estação de Les Halles, o início do roteiro. De cara, já avistei uma imponente construção e resolvi conferir de perto. Buscando meu roteiro vi que tratava-se do Hotel de Ville, que abriga a prefeitura parisiense.


Para não perder nada do que estava no roteiro do dia, resolvi voltar à pé , usando meu super mapa, até o ponto original (estação Les Halles). A essa altura tive a certeza de algo que já havia experimentado no dia anterior: o super mapa só traz as ruas principais, nem todas as citadas no roteiro aparecem no mapa, provavelmente as menores. E Paris é um emaranhado de boulevard , rues, passages... enfim...confiei no meu senso de direção para chegar ao parque em Les Halles. Me perdi várias vezes. Que se importa??? Não existe nada melhor do que estar perdido em Paris, o charme de cada esquina, os cafés, os parisienses... fui andando perdida até descobrir que o parque estava em reforma. A essa altura eu já devia ter andando os 4 kms que o roteiro sugeria.


 

 




Colada ao parque mas fora da área de reforma, está a igreja se Saint-Eustache, construída no século 16 e restaurada após incêndio no século 19, é uma mistura do estilo gótico e renascentista. Ali fiz minhas primeiras (de muitas) orações do dia. Não faltou igreja no caminho!






Curioso: cadeiras para sentar e a frente para ajoelhar
Saindo da igreja segui pra rua Montorgueil, indicada pela revista como coração comercial do bairro. Despretensiosa, me surpreendi com o charme dos antigos comércios.

De frutos do mar

De carnes

De frutas

De queijos

De tudo um pouco

De doces

De revistas, livros e etc

E de flores (as mais lindas!)
No número 38, o L’Esgargot de Montorgueil, fundado em 1832, era o restaurante favorito de Proust, Guiltry, Dalí e da atriz Sarah Bernhard.

Parênteses: quando leio essas referências me lembro do filme “Meia noite em Paris”.... quem viu, vai entender o que estou falando.




Na rue Etienne Marcel, você está literalmente em Paris do século 13, quando a cidade era protegida por torres, uma delas é a La Tour Jean-Sans-Peur (Torre do João sem Medo).



Depois de muitas andanças perdida num vai e vem  procurando a Place des Innocents (Praza dos Inocentes) a encontrei. Quis ir até porque lá funcionava o cemitério de Les Halles fechado em 1780 após mil anos de funcionamento. Quando avistei a praça fiquei me questionando porque andei tanto pra ver uma praça. Pra colaborar com minha revolva ainda fui abordada por um mendigo que em francês e duas palavras em inglês arrancou de mim a informação de eu ser brasileira. Ficou elogiando o Brasil e suas 5 copas do mundo, tudo em francês e mímicas. Parti indignada mas a praça ficou registrada em fotografia.



Dali segui em direção ao Centre Pompidou, uma construção moderna e futurista no meu de tantas antiguidades. O Centre Pompidou é famoso pelas megaexposições de arte contemporânea. Na ultimo andar do edifício funciona um restaurante refinado, o acesso é por um elevador exclusivo e panorâmico que permite uma vista dos telhados e monumentos de Paris. Porém tudo isso é apenas informação, o centro de exposições e o restaurante não abrem na terça-feira. Fica somente a foto da parte externa.


Depois de visitar o Pompidou (por fora) e ainda na mesma área parei na Fonte Stravinky. Na fonte obra de arte e na fachada uma imagem gigantesca de Salvador Dalí.




Ali nesta praça não resisti aos simpáticos cafés e parei para almoçar e tomar uma taça de vinho. Deu uma dor no coração deixar todo aquele charme para seguir o roteiro.




De volta ao Hotel de Ville, segui as instruções do roteiro e fui para os fundos para acessar a entrada para exposições (seguindo a revistas: mostras gratuitas). Quando vi a fila de pessoas resolvi não parar. Eu tinha gasto muito tempo perdida. Dos 4 km do roteiro, que eu já tinha andado uns 8, ainda faltavam uns 2 km. Meu foco era a Notre-Dame!!!!

No caminho pra ainda parei na Igreja de Saint-Gervais para mais orações.

 


Por um atalho cheguei às margens do rio Sena e atravessei a ponte Louis Philippe. Nas margens do Sena, antigos livreiros instalam suas bancas na calçada.

Atalho feio

Livreiros à margem do Sena

Atravessei a ponte e cheguei a Île Saint-Louis, uma das ilhas do Sena. Quase dei a volta nessa pequeníssima ilha buscando as indicações do roteiro. Dentre elas: uma mansão de 1642 que permanece intacta, a casa onde viveu Baudelaire de 1842 a 1843, e mais uma igreja.


Mansão de 1642

 


Antes atravessar mais uma vez o Sena para a Île de La Cite fotografei os fundos da Notre-Dame sob o ângulo da Île Saint-Louis



Em dois pulinhos você já estava ao lado da imponente Notre-Dame, posso dizer que foi quase a mesma emoção de estar na torre Eiffel.



Passada a emoção você se deparada com a realidade: para visitar a igreja e a torre enfrentar uma gigantesca fila! Sem ter muita opção, fiquei mais de 1 hora na fila para subir na torre. Descobri quando recebi o folder da igreja que para chegar a torre da igreja são 400 degraus! Já era 16:00, eu estava andando desde 08:30, 1 hora e pouco na fila... deu até “um ruim” em pensar mas “só os fracos desistem” então borá enfrentar 400 degraus. E ainda pagar (caro) por isso!


O esforço valeu a pena!!!! As imagens falam por si só:




Foto pra provar que eu estava lá


A riqueza de detalhes


Pessoas na frente da igreja




Descer foi fácil mas ainda tinha mais fila pra enfrentar: a de entrar na igreja.

Antes disso fui dar uma volta pela Île de La Cite, queria andar mais um pouquiiiiinho pra ver se a fila diminuía. O Palais de Justice é vasto conjunto de edifícios que compreende o Palácio da Justiça, propriamente dito, a Sainte-Chapelle e a Conciergerie. Fiz somente o reconhecimento pelo exterior. A visita custava mais alguns euros e nesse momento minha cota diária não absorvia mais esse custo.






De volta a fila para visitar o interior da Notre-Dame, que não havia diminuído mas é rápida, fiquei admirando os detalhes da arquitetônicos da construção. É impressionante!!!! Esse ano a Notre Dame está comemorando 850 de história. A primeira pedra foi colocada em 1163 e levou 2 séculos para estar concluída e os cristãos só puderam rezar a primeira missa em 1351.



 



E que fique registrado: em 2013 foi minha primeira missa na Notre-Dame! Não é brinquedo! Assisti uma parte da missa na Catedral de Notre-Dame, sentada no primeiro banco da lateral. Enquanto os turistas (do lado de fora da corda) fotografam e filmavam a cerimônia, eu estava, com uma folhinha de canto, acompanhando (e cantando)  em francês o sacro ritual. Diferente das nossas missas, foram sucessivos cânticos entre a leitura de um trecho da bíblia (eu acho). Depois que o padre saiu, eu saí mas os fiéis permaneceram sentados. Pelo que entendi depois , o padre voltou para dar o sermão. Mais ou menos isso.... (não exijam demais de mim!).


Ainda do lado de fora da corda, antes de ir assistir a missa


Como uma boa turista também registrei alguns ângulos de dentre da Notre Dame.


Confessionário em diversos francês, italiano, inglês e espanhol. Se tivesse em português.....


Antes de pegar meu ônibus de volta, uma parada surpreendente. Na ponte próxima da igreja, um senhor distribuía migalhas de pão aos turistas para que os pássaros viessem beliscar em nossas mãos. Muito fofo!!!!




E um montão deles.....

Depois de tantas emoções, exausta tomei o ônibus de volta a Gare d’Est, meu endereço parisiense.

Encerro com a foto da lateral da Notre-Dame, idêntica ao do quebra-cabeça que montamos em família. Saudades de casa!



2 comentários:

  1. Amigaaa!!! Saudades 1000!!!
    Estou viajando com você... Paris realmente é DIVINA!!!
    Um beijãoooo

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  2. 400 degraus??? não ficou com canelite no outro dia?? huahauha... imagino "o ruim" que deve ter dado... começa a tomar um energético na hora do almoço, acho que vale a pena hein!! Parabéns pelas conquistas!! bisou, bisou, au revoir!!

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